Em agosto, Sesc Santo Amaro recebe espetáculos de dança e teatro

A programação conta com a peça Raiva: Nós temos um cão que morde, da cia DeSúbito, apresentações da Companhia de Danças de Diadema e trilogia do Coletivo CIDA, do Rio Grande do Norte

 

Com temas sociais, companhias trazem espetáculos inspiradores e reflexivos. O espetáculo Raiva: Nós temos um cão que morde, inédito da cia. DeSúbito e com dramaturgia de Carla Zanini, dá continuidade à pesquisa de novas formas de escrita e criação contemporânea nacional, com temporada de 08 a 18/08. O texto reflete sobre a violência como consequência da política de desmanche da cultura e da educação. Duas irmãs, donas de um novo espaço cultural, tentam enterrar uma cabeça após seu cão ter mordido acidentalmente uma criança.

Inspirado no livro “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo e com elenco formado apenas por negros, a Gargarejo Cia Teatral apresenta o musical “Bertoleza”, que recebeu o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) como “Melhor espetáculo presencial” (2020) e terá apresentações dias 21 e 22/08, às 20h. A montagem, com adaptação, direção e músicas de Anderson Claudir, conta a história do clássico naturalista de Aluísio de Azevedo, agora sob ponto de vista da Bertoleza, uma mulher negra que é tão importante para a construção do romance quanto o próprio João Romão, o protagonista original.

Corteja Paulo Freire, com a cia. do Tijolo traz apresentação poético musical ao ar livre, com bonecos gigantes, como no Carnaval de Olinda, no momento da saída do Homem da Meia-noite que inaugura o carnaval, como nas saídas de santo ou nas procissões católicas, nos juntaremos aos nossos bonecos gigantes, Patativa do Assaré, Federico Garcia Lorca, Ivone Gebara, Dom Helder Câmara, num coro para reabertura dos trabalhos depois de um longo inverno. Junto de nós, nosso personagem principal, Paulo Freire, no dia 16/08 às 16h30, grátis.

O espetáculo Dïa u’utïkaró: os segredos da sucuri, com grupo Dyroá Bayá, integra a programação do projeto Agosto indígena, com apresentação no dia 18/08 às 17h, grátis. A dramaturgia é de Anderson Kary Báya, indígena da etnia Tariano e diretor do Grupo de Artes Dyroá Bayá, e tem produção da Plataforma Casca. A encenação perpassa pelas danças, músicas e cantos sagrados da etnia Tariano.

Já a programação de dança conta com os seguintes espetáculos: A Companhia de Danças de Diadema apresenta Antropo100: de Cascudo a Eros, inspirada nas tendências de miscigenação das linguagens do corpo – como tecidas pela dançarina Eros Volúsia, dia 16/08
às 21h, e SCinestesia, onde as possibilidades se multiplicam a cada repetição de nossos hábitos mais corriqueiros, dia 17/08 às 20h.

Diretamente do Rio Grande do Norte para o Sesc Santo Amaro, o Coletivo CIDA – Coletivo Independente Dependente de Artistas apresenta os espetáculos Insanos e beija-flores a dois metros do chão, nos dias 22 e 23/08 às 20h, Reino dos bichos e dos animais, esse é o meu nome, no dia 24/08, às 19h e Corpos Turvos, dia 25/08 às 18h30. Os três espetáculos terão recursos de audiodescrição e tradução em libras.

Para o produtor do CIDA, Arthur Moura, é uma alegria ver o trabalho do Coletivo rompendo barreiras e ocupando novos espaços: “Promover espetáculos acessíveis que abordam temáticas relevantes para a sociedade contemporânea possibilita um pensamento crítico por meio da dança. Fazer isso além das fronteiras de Natal e do Rio Grande do Norte é um imenso orgulho para todos nós.”

Confira os detalhes das programações de Artes Cênicas em agosto no Sesc Santo Amaro:
[teatro] Raiva – Nós temos um cão que morde
De 08 a 18/08. Quintas e sextas, 20h. Sábados, 19. Domingos, 18h30. Classificação indicativa: 16 anos. Teatro. 75 minutos
Ingressos: R$ 15,00 (credencial Plena), R$ 25,00 (meia entrada) e R$ 50,00 (inteira)
Duas irmãs, donas de um novo espaço cultural, tentam enterrar uma cabeça após seu cão ter mordido acidentalmente uma criança. Quarta obra da
DeSúbito Cia. dá continuidade a realização de peças com dramaturgia própria e pesquisa voltada sobretudo para novas formas de escrita e para criação contemporânea nacional.
Dramaturgia: Carla Zanini
Elenco : Renata Gaspar,Georgette Fadel , Carla
Zanini e Roberto Rezende
Diretor: Ricardo Henrique
Design de som: Mini Lamers
Figurinista: Muca Rangel
Ilustração: Angela Ribeiro
Produção executiva: Julia Calegari
Diretora de produção : Mariana Novais
[teatro] Bertoleza
Dias 21 e 22/08, às 20h. Classificação indicativa: 14 anos. Teatro. 60 minutos
Ingressos: R$ 12,00 (credencial Plena), R$ 20,00 (meia entrada) e R$ 40,00 (inteira)
Com elenco formado apenas por negros, a Gargarejo Cia Teatral apresenta o musical “Bertoleza”, inspirado no livro “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, que recebeu o renomado Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) por Melhor espetáculo presencial de 2020. A montagem, com adaptação, direção e músicas de Anderson Claudir, conta a
história do clássico naturalista de Aluísio de Azevedo, agora sob ponto de vista da Bertoleza, uma mulher negra que é tão importante para a construção do romance quanto o próprio João Romão, o protagonista original.
Na trama, o oportunista Romão propõe uma sociedade à escrava Bertoleza, prometendo comprar a alforria dela. Eles começam uma nova vida juntos e constroem um pequeno patrimônio formado por um enorme cortiço, um armazém e uma pedreira.
Ficha técnica
Direção, adaptação e letras: Anderson Claudir
Dramaturgia final: Anderson Claudir e Letícia Conde
Direção musical: Eric Jorge
Direção de movimento e coreografia: Emílio Rogê
Músicas: Anderson Claudir, Andréia Manczyk, Eric Jorge e Juliana Manczyk
Preparação vocal e assistente de direção musical: Juliana Manczyk
Preparador de elenco: Eduardo Silva
Coreógrafa associada: Taciana Bastos
Cenografia e figurino: Dani Oliveira
Assistente de cenografia e figurino: Gabriela Moreira
Cenotécnico: Diego Rodda
Visagista: Victor Paula
Designer de Luz: Andressa Pacheco
Vídeos: Aline Almeida
Designer de som: LAB SOM – Kleber Marques e Julia Mauro
Elenco: Lu Campos, Ali Baraúna, Taciana Bastos, Roma Oliveira, Ágata Matos, Cainã Naira, Palomaris, Edson Teles, Humberto Morais e Thiago Mota.
Direção de Produção: Andréia Manczyk
[teatro] Corteja Paulo Freire
Dia 16/08 às 16h30. Classificação indicativa: Livre. Praça coberta. Grátis. 60 minutos.
Trabalho musical poético para ser realizado ao ar livre. Como no carnaval de Olinda, no momento da saída do Homem da Meia-noite que inaugura o carnaval, como nas saídas de santo ou nas procissões católicas, nos juntaremos aos nossos bonecos gigantes, Patativa do Assaré, Federico Garcia Lorca, Ivone Gebara, Dom Helder Câmara, num coro para reabertura dos trabalhos depois de um longo inverno. Junto de nós, nosso personagem principal, Paulo Freire.
Ficha técnica
Atuadores: Arce Correia, Dinho Lima Flor, Rodrigo Mercadante, Karen Menatti, Fabiana Vasconcelos Barbosa, Thais Pimpão, Lucas Vedovoto, Artur Mattar, Odilia Nunes
Músicos: Marcos Coin (violão), João Attuy (violão), Leandro Goulart (viola), Maurício Damasceno (percussão), Nanda Guedes (percussão), Clara Kok Martins (flauta), Márcia Fernandes (flauta),
Direção: Dinho Lima Flor, Rodrigo Mercadante e Karen Menatti
Produção: [da Suelen Garcez
Assistente de produção: Tatiane Garcez
[teatro] Dïa u’utïkaró: Os segredos da sucuri
Dia 18/08 às 17h. Classificação indicativa: Livre. Praça coberta. Grátis. 60 minutos.
Em meio ao desafio de salvar sua comunidade de uma doença desconhecida, Sami, um guerreiro da etnia Tariano, é surpreendido por uma sábia Sucuri. E apesar da fama ruim que as Sucuris têm, é neste encontro que o menino se surpreende, aprende mais sobre os segredos dos pássaros e o que eles dizem enquanto cantam. A partir da sabedoria ancestral da Sucuri, Sami consegue salvar sua comunidade.
[dança] Antropo100: de Cascudo a Eros com Cia de Dança de Diadema
Dia 16/08, às 21h. Classificação indicativa: 12 anos. Teatro. 50 minutos.
Ingressos: R$ 18,00 (credencial Plena), R$ 30,00 (meia entrada) e R$ 60,00 (inteira)
Inspirada nas tendências de miscigenação das linguagens do corpo – como tecidas pela dançarina Eros Volúsia (1914-2004) e contidas em registros literários de Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), sobre a história dos gestos na cultura brasileira – a obra vislumbra trazer à cena a reflexão artística oriunda de efemérides da década de 20 do século passado.
[dança] “SCinestesia” com Cia de Dança de Diadema
Dia 17/08, às 20h. Classificação indicativa: 12 anos. Teatro. 60 minutos
Ingressos: R$ 18,00 (credencial Plena), R$ 30,00 (meia entrada) e R$ 60,00 (inteira)
As possibilidades se multiplicam a cada repetição de nossos hábitos mais corriqueiros. Eles podem parecer, mas nunca são iguais já que nós nos modificamos a cada segundo. Como um efeito de ação e reação, tudo pode se modificar a partir de uma mínima desordem, da ocorrência do inesperado, do acaso da vida.
Ficha Técnica
Direção geral e concepção coreográfica: Ana Bottosso
Dramaturgia cênica: Ana Bottosso e Matteo Bonfitto
Assistente de direção e produção administrativa: Ton Carbones
Assistente de coreografia: Carolini Piovani
Concepção musical: Luciano Sallun
Desenho de luz: Alexandre Zullu e Ana Bottosso
Sonoplastia: Jehn Sales
Cenografia e adereços cênicos: Júlio Dojcsar
Figurinos: Bruna Recchia
Confecção de Figurinos: Zezé de Castro/ Art designer: Tono Guimarães
[dança] “Insanos e beija-flores a dois metros do chão” com Coletivo CIDA (RN)
Dia 17/08, às 20h. Classificação indicativa: 12 anos. Espaço das Artes. 60 minutos.
Ingressos: R$ 12,00 (credencial Plena), R$ 20,00 (meia entrada) e R$ 40,00 (inteira)
Peça final da Trilogia em Dança-Tragédia criada pelo COLETIVO CIDA e tem como consonância uma linha coreográfica e dramatúrgica que traz como referência a vida e obra de Arthur Bispo do Rosário, homem preto, artista plástico brasileiro, considerado gênio por alguns e louco por outros. O espetáculo insere-se no debate sobre o pensamento eugênico, o preconceito e os limites entre a insanidade e a arte na sociedade.
Ficha Técnica da Trilogia
Concepção, Direção Coreográfica e Direção Artística: René Loui
Interlocução Coreográfica e Dramatúrgica: Jussara Belchior
Intérpretes Criadores: Ana Cláudia Viana, Jânia Santos, Marconi Araujo, Pablo Vieira, René Loui e Rozeane Oliveira
Captação e Operação de Som: De Oliveira Produções Musicais
Trilha Sonora Original: René Loui e Fabián Avilla Elizalde
Acessibilidade: Coletivo CIDA
Roteiro, Tradução e Interpretação para LIBRAS: Brígida Paiva / Edécio Karam
Roteiro Audiodescrição: Arthur Moura e René Loui
Locução Audiodescrição: Nara Kelly
Audiovisual: Coletivo CIDA
Captação de Imagens e Edição: Wallace Santos
Imagens de Divulgação: Brunno Martins e Renato Mangolin
Web Designer e Peças Gráficas: René Loui
Identidade Visual: Casulo Cria
Designer e Operação de Iluminação: Leila Bezerra
Produção Executiva e Coordenação Financeira: Arthur Moura
Produção Geral: René Loui
Produção Local: Natalia Nolli
Assessoria de Comunicação: Cecília Oliveira
Elaboração de Projeto: Arthur Moura e René Loui
[dança] “Reino dos bichos e dos animais, esse é o meu nome” com Coletivo CIDA (RN)
Dia 24/08, às 19h. Classificação indicativa: 16 anos. Espaço das Artes. 44 minutos.
Ingressos: R$ 12,00 (credencial Plena), R$ 20,00 (meia entrada) e R$ 40,00 (inteira)
REINO DOS BICHOS E DOS ANIMAIS, ESSE É O MEU NOME não é uma obra sobre Stela, mas sim, para Stela. Livremente inspirada na poesia e na vivência de Stella do Patrocínio, mulher preta que viveu por quase 30 anos em ambiente manicomial, a peça propõe uma discussão sobre o que pode – ou não – ser considerado dança e/ou teatro, além de questionar a estigmatização, desumanização, extermínio e invisibilidade das pessoas pretas, LGBTQIAPN+, pessoas com transtornos mentais, pessoas com deficiência, mulheres, dos povos originários e pessoas que vivem e/ou convivem com o HIV/AIDS. A peça coreográfica questiona de maneira sutil e avassaladora as duras realidades enfrentadas pelos grupos sociais historicamente marginalizados ou excluídos. Os distintos marcadores sociais apresentados na obra ressaltam – por meio das alteridades – as complexidades do existir.
[dança] “Corpos Turvos” com Coletivo CIDA (RN)
Dia 25/08, às 18h30. Classificação indicativa: 16 anos. Espaço das Artes. 42 minutos
Ingressos: R$ 12,00 (credencial Plena), R$ 20,00 (meia entrada) e R$ 40,00 (inteira)
A primeira peça coreográfica da trilogia, o espetáculo CORPOS TURVOS, é uma urgência da sobrevivência, um pedido por empatia, um grito de socorro para que os corpos presentes deixem de ser números. CORPOS TURVOS, inaugura uma criação que pensa coreograficamente de modo a não excluir a pessoa com deficiência, contrariamente, se constrói a partir das possibilidades de cada corpo que dança.
Sesc Santo Amaro Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro, São Paulo (SP) Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30.