Prefeitos participaram do LIDE Brazil Investment Forum, em Nova York, para debater as reformas brasileiras e investimentos ao país
A reforma tributária, debatida pelos governadores no LIDE Brazil Investment Forum, que ocorreu na manhã desta terça-feira (9) em Nova York, não passou ilesa dos discursos dos prefeitos presentes no evento: Ricardo Nunes, de São Paulo, e Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, que se mostraram favoráveis a ideia do projeto, mas consideraram um olhar mais detalhado para que as gestões municipais sigam em desenvolvimento econômico e social. Além de autoridades, o fórum reuniu cerca de 280 empresários de diversos setores.
Nunes enfatizou que a reforma deve ser feita para diminuir os impostos e conquistar agilidade no processo fiscal e não um projeto que deixe “os municípios com o pires na mão”. O prefeito explicou que é preciso, portanto, debater o formato deste projeto.
Como exemplo de processo bem-sucedido no município de São Paulo, ele apresentou a reforma da previdência, que conseguiu reverter o déficit de R$ 171 bilhões, retirando R$ 100 bilhões, com previsão de zerá-lo em 2035. “É preciso ter coragem para fazer as reformas porque mudam a vida das pessoas”, ressaltou.
Eduardo Paes, prefeito da cidade do Rio de Janeiro, manteve a reforma tributária no cerne da discussão, reforçando a preocupação de Ricardo Nunes quanto ao futuro do desenvolvimento das cidades com a aprovação do projeto. De acordo com ele, é clara a necessidade de simplificar o sistema tributário e a maneira como se conduz a burocracia do país, no entanto, ele enfatizou que é “indispensável dar atenção a esse questionamento”.
O político complementou sua fala indagando como o dinheiro público é gerido e o quanto é custoso fazer essa organização.
“Falta uma coisa para nós governos: precisamos reavaliar se necessitamos de mais dinheiro ou se continuamos gastando muito mal”. Neste sentido, Paes reforça a reflexão sobre as imposições do sistema que fazem com que o custo para se governar no Brasil seja extremamente elevado. Ainda nesta linha, o prefeito aproveitou para citar sobre a reforma administrativa, que segundo ele, é pouco discutida por medo “do desafio e baixa qualidade do serviço público”.