O prefeito Ricardo Nunes inaugurou no sábado (18) a Casa da Capoeira no Campo Belo, na Zona Sul da cidade. Sancionado pela lei Lei 17.588/2021, o equipamento incentiva a divulgação, valorização e prática do esporte na cidade de São Paulo.
“Este é um espaço onde poderemos incentivar a prática desse esporte tão importante. A capoeira, além de ter uma questão cultural e esportiva, tem também uma questão política de respeito à democracia, que conseguiu se manter mesmo quando houve uma proibição no passado”, disse o prefeito Ricardo Nunes.
A prática da modalidade será incentivada com atividades em conjunto com instituições públicas, privadas e entidades da sociedade civil. O objetivo é formar indivíduos aptos a disseminar a importância histórica dessa expressão cultural que mistura luta, dança, cultura popular e música.
“Eu fico muito emocionado de ver este sonho que temos há mais de 40 anos se tornando realidade hoje”, destacou o mestre de Capoeira e Idealizador do projeto, Adenilson Silva.
O acervo da Casa da Capoeira contará com diversos materiais relativos à produção de peças, pesquisas, criação e produção de objetos relativos à modalidade, objetos históricos, artísticos, fotográficos, gastronômicos, e qualquer forma de expressão que contribua para a preservação da capoeira.
A Casa da Capoeira irá contemplar cerca de 300 beneficiários com aulas de capoeira, afromix, musicalidade, funcional, alongamento, artes marciais. A entidade realizará atividades voltadas para o paradesporto e desporto, para todas as idades.
História da Capoeira
A história da capoeira teve início no século XVI, quando o Brasil era colônia de Portugal. Os africanos ao chegarem em terras brasileiras para trabalhar nas fazendas de açúcar, perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros que usavam de práticas violentas e castigos aos escravos.
Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta. Os escravos eram proibidos de praticar qualquer tipo de luta pelos seus senhores de engenho. Logo, passaram a utilizar o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptados a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança.
Em 2014, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), declarou a roda de capoeira como sendo um patrimônio imaterial da humanidade. Segundo a Organização, a capoeira representa a luta e resistência dos negros brasileiros contra a escravidão durante os períodos colonial e imperial de nossa história.