Evento em homenagem a Tereza de Banguela é cancelado na Mooca

O evento que aconteceria no dia 29 de julho das 10h às 18h, no Centro Cultural Casa de Angola, no bairro da Mooca, foi cancelado após os organizadores Mylla Moreira, Evandro Vox, Andrea Neri Santana e Andreia de Oliveira, chegarem no local e ele se encontrar fechado.

Segundo a organizadora Mylla, o evento que estaria sendo planejado a mais de um mês precisou passar por diversas mudanças no cronograma para se encaixar nos requisitos da Casa de Angola.

A comemoração que aconteceria no local para celebrar o dia Internacional da mulher Negra latino-americana, caribenha e da Diáspora, foi planejado com rodas de conversas para reflexões e discussões das dificuldades passadas e atuais das Mulheres Negras Latino Americana, trazendo os desafios que os cargos de lideranças exigem e exaltar a Força e Essência da Mulher, além de uma premiação Tereza de Banguela que homenagearia nove figuras importantes do movimento, também contaria com ações sociais para recolher doações de alimentos e roupas, porém, o evento que já possuía 120 pessoas convidadas, entre elas nomes importantes de frente política e do movimento, foi cancelado de ultima hora, após a funcionaria responsável pela abertura da Casa não comparecer.

“Quando chegamos lá às dez horas da manhã, a casa estava fechada, conversei com o Isidro Sanene, idealizador da Casa que me enviou um print em que a funcionária responsável por abrir o local no dia, estaria indo pra uma consulta médica, que esqueceu de avisar”, conta Mylla Moreira, organizadora do evento e empresária.

“O Isidro foi até lá, mas estava sem a chave, então tivemos que esperar na calçada até meio dia, quando a chave finalmente chegou, porém, diversas pessoas já haviam ido embora por causa da demora e do clima chuvoso, muitas vieram de fora do estado para participar do nosso evento”, completou.

“Não é julho das pretas, não é novembro negro, são 365 dias, 24 horas a gente falando a respeito disso, pra mim é uma chateação, uma perca não, por que a gente não vai deixar de lutar por conta dessas pessoas, é vergonhoso a gente ter um espaço de pessoas pretas que não aceitam essa movimentação”, comentou também Andrea Neri, organizadora do evento, através de um vídeo ao vivo feito do lado de fora do local.

O idealizador da Casa de Angola também estava presente aguardando a chegada da chave, segundo Isidro, foi algo inesperado.

“Foi algo que me pegou de surpresa, voltei de um Intercambio da Angola, achei que estava tudo bem, assim como elas foram surpreendidas, eu também fui, peço desculpas, esse é um movimento que vai além, acredito muito no nosso fortalecimento, nessa cura entre nós, é muito ruim quando nós percebemos que entre nós, fechamos essas portas, entre nós pretos ainda, estamos nessa luta de podermos construir algo, sinto muito mesmo, peço que não desistam de nós”, diz o presidente do local durante a live.