Comitê técnico operacional da Secretaria Municipal da Saúde se reúne semanalmente para analisar cenário epidemiológico da doença na cidade e avaliar medidas a serem adotadas
O comitê técnico operacional para o enfrentamento da monkeypox (varíola símia) na capital, implementado neste mês pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), definiu nesta quarta-feira (24) medidas sanitárias para prevenção e controle em estabelecimentos de prestação de serviços como restaurantes, supermercados, salões de beleza, academias, hotéis e motéis.
O documento traz medidas gerais de prevenção para os estabelecimentos de prestação de serviços, nos ambientes de trabalho, bem como orientações sobre identificação, isolamento e rastreamento de contatos.
A recomendação é que as medidas já adotadas durante a pandemia de Covid-19, como higienização frequente de superfícies, disponibilização de recipientes abastecidos com álcool em gel 70% ou de pias com água e sabão para lavagem das mãos sejam reforçadas. Clique aqui para ter acesso ao documento.
Além disso, o comitê está em tratativas com a Secretaria Municipal da Educação (SME) e com o Governo do Estado para determinar os protocolos sanitários a serem seguidos pelas escolas.
“Estamos trabalhando no detalhamento das diretrizes, mas, de forma geral, a orientação é que pais ou responsáveis não encaminhem seus filhos à escola caso a criança apresente qualquer suspeita de sinal ou sintoma de monkeypox, como lesões na pele associadas ou não a febre, ínguas, cansaço e dores de cabeça, musculares e nas costas e procurem imediatamente a Unidade Básica de Saúde [UBS] mais próxima de casa para avaliação”, afirma Melissa Palmieri, médica da Vigilância Epidemiológica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).
Integram o comitê as secretarias-executivas de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde, de Atenção Hospitalar, de Gestão Administrativa, de Regulação e Monitoramento e Avaliação e Parcerias. Membros do grupo se reúnem semanalmente para discutir as melhores condutas a serem adotadas de acordo com o cenário epidemiológico atual.
“Nossas equipes técnicas avaliam e monitoram atentamente o cenário epidemiológico da monkeypox na cidade, elaborando estratégias assertivas e eficazes de controle da doença, assim como fizemos com a Covid-19. A rede municipal está com toda a operação de atendimento, diagnóstico e monitoramento em pleno funcionamento para o enfrentamento da monkeypox”, destaca o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco.
Ações e monitoramento
Desde maio, com o registro dos primeiros casos no mundo, a Covisa deflagrou alertas para a rede municipal, com orientações para busca ativa e monitoramento de casos suspeitos nos serviços de saúde. Posteriormente, foram adotadas outras medidas para conter a disseminação do vírus como elaboração de fluxograma de atendimento, protocolo de assistência laboratorial e capacitações, como a realizada em 2 de agosto pelo canal de YouTube da Prefeitura, dirigida a profissionais e gestores de saúde e educação, esclarecendo medidas a serem adotadas para conter o avanço da doença no munícipio.
Além disso, a SMS firmou uma parceria com o Conselho Regional de Enfermagem do município (Coren-SP) e com o Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER) para habilitar enfermeiros como multiplicadores responsáveis por disseminar, em cada região da cidade, o procedimento correto para realização de coleta biológica para teste de monkeypox. Foram treinados, inicialmente, 60 profissionais de enfermagem das seis Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs) da capital e das Organizações Sociais de Saúde (OSSs) parceiras que deverão multiplicar para outros 600 enfermeiros da atenção primária. A capacitação foi dividida em quatro turmas de 15 enfermeiros multiplicadores e realizada de modo presencial na unidade do Coren-SP Educação. O curso foi ministrado por profissionais de enfermagem da educação permanente do Emílio Ribas.
O primeiro caso de monkeypox na cidade foi registrado em 9 de junho e, até esta quarta-feira (24), o total de pacientes confirmados é de 1.912, de acordo com o Boletim Monkeypox, disponível no site da SMS.
O atendimento para os casos suspeitos de infecção vem sendo realizado em toda a rede municipal de saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), prontos-socorros e prontos atendimentos da capital.
Como medidas gerais de prevenção, a SMS recomenda à população:
> Evitar contato íntimo, como beijar, abraçar ou manter relações sexuais com pessoas que tenham erupções cutâneas e ou que tenha tido diagnóstico confirmado para monkeypox;
> Usar máscara (cobrindo boca e nariz) para proteção contra gotículas e saliva;
> Não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos, brinquedos e
objetos de uso pessoal;
> Higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool em gel.