Todos os anos, ao início da Primavera, a Prefeitura implanta um Plano Preventivo de Chuvas de Verão. Mas, esse ano, a coordenação ser compartilhada entre a Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU), por meio da Coordenação Municipal de Defesa Civil, e a nova Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas (Seclima).
O titular da pasta, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, recebeu representantes da Associação dos Jornais e Revistas de Bairro (Ajorb) de São Paulo essa semana em entrevista coletiva para explicar as diferentes frentes em que a Prefeitura vai atuar para evitar alagamentos e incidentes por toda a cidade. O secretário fez questão de ressaltar a importância de manter aberto esse canal de comunicação com a mídia regional paulistana para orientar a população em ações preventivas na época das chuvas.
A Seclima foi criada justamente para interrelacionar as ações de diferentes secretarias, com o objetivo de reduzir os impactos que as mudanças climáticas terão no mundo e preparar a população que mora na cidade para conviver com esse futuro. O Plano de Prevenção de Chuvas já foi desenvolvido em anos anteriores e, embora a cidade enfrente atualmente escassez de chuvas, a prevenção e a atenção continuam. “Sabemos que temporais vão ocorrer e é preciso reduzir os transtornos”, apontou o secretário.
“O Plano já entrou em vigor em 1 de setembro”, lembrou Pinheiro Pedro. Até o final do mês de outubro, está em andamento a etapa de Preparação, com elaboração das medidas de prevenção que serão necessárias por todas as secretarias, num planejamento que envolve até Assistência Social e Secretaria de Educação para o caso de ser necessário abrigar famílias atingidas pelas tempestades. Limpeza pública, com remoção de sujeira de bocas de lobo, retirada de entulho das ruas e beiras de córrego, são outras medidas consideradas cruciais nessa etapa preventiva.
Depois, a partir de novembro e até 31 de março, a etapa de operação inclui monitoramento de dados pluviométricos, observações de campo e, obviamente, medidas para atendimento a situações emergenciais em cada bairro da cidade. “A Prefeitura estuda a criação de um aplicativo para alertar a população em dias com previsão de fortes chuvas”, disse o secretário, por conta da necessidade “O primeiro impacto em dias de grandes chuvas é no trânsito e por isso são planejadas diversas ações paralelas para contornar a situação”, exemplificou o secretário, sobre a necessidade de articulação entre diferentes órgãos do governo.
Efetivamente, em dias de grandes tempestades, é comum haver quedas de árvores que geram um complexo efeito dominó. Troncos que derrubam fiação interrompem o fornecimento de energia, mas também dificultam a circulação de equipes de atendimento – tanto para remoção das árvores quanto para conserto da rede elétrica. “Estamos em contato com as subprefeitura para agilizar o atendimento dos pedidos de poda, mas ao mesmo tempo há uma negociação para alterar a legislação que regula o manejo de árvores na cidade “, disse o secretário. A mudança na lei, entretanto, não deve ainda surtir efeitos para esse ano.
Outra preocupação relacionada à atuação das subprefeituras é com a remoção de entulho e, ainda mais, para inibir o descarte irregular – crime ambiental que pode gerar multas acima de R$ 15 mil aos autores. “A Polícia Civil está auxiliando na investigação para encontrar os infratores”, disse Pinheiro Pedro.
Ele admitiu, entretanto, que é preciso ampliar o número de ecopontos pela cidade, facilitando o descarte regular de entulho.
O secretário ainda avalia que as obras de drenagem em andamento na cidade, como a construção dos piscinões no Córrego Ipiranga e readequação das bacias dos córregos Paraguai e Éguas, que devem evitar alagamentos nas Avenidas Ascendino Reis e José Maria Whitaker.